UMA CAMINHADA FORA DO COMUM

 

 

Resumo

            Um grupo de alunos, professores e conhecidos percorreram os morros do Rio Tavares, Córrego Grande, Pantanal e Costeira em uma caminhada de seis horas através de mata fechada, campos abertos e acompanhada sempre de muito visual.

 

 

 

            Nove horas de sábado, 13 de outubro de 2001, um grupo de professores, alunos e conhecidos do Núcleo de Educação de Jovens e Adultos do Rio Tavares da SME de Florianópolis iniciavam uma aventura inédita em suas vidas. O desafio era sair do bairro do Rio Tavares e seguir mata adentro até alcançar o bairro do Pantanal.

            A idéia do evento surgiu em um debate sobre o Plano Diretor para o sul da Ilha de Florianópolis, conhecido por Entremares. O projeto de pesquisa de um dos alunos, participante da caminhada, havia sido analisado em vários aspectos. Cresceu, portanto, naqueles momentos de discussão, uma grande curiosidade pela Geografia da Região e conseqüentemente dos morros que existem na localidade.

Formado o grupo, o planejamento foi rápido. Levamos dois facões, um binóculo, bastante comida e água. Todos falavam que outubro era mês de cobra. Muitas pessoas desistiram da empreitada devido a este fato. Evidentemente estávamos receosos e combinamos de levar alho para passar nas pernas pois falavam que espantava as serpentes.

A manhã começou com chuva, que logo se dissipou abrindo caminho para o brilho do sol. Saímos da escola básica municipal João Gonçalves Pinheiro e seguimos por uma estrada pelo lado direito de quem olha para a empresa Pedrita. Passamos por algumas cercas e iniciamos a procura por alguma trilha.

                                      

 

Quando encontramos o visual acima e olhamos para a direita achamos o tão procurado caminho. Entrávamos na mata fechada. Barulho de pássaros e macacos eram ouvidos. A emoção era grande.

            Por diversas vezes nos perdíamos da trilha e tínhamos que abrir nosso próprio caminho. “Parecer que estamos perdidos é excitante” comentava Phelipe Feldmann. Pausas para descanso eram poucas. Conversávamos sobre o nosso rumo e a beleza da natureza.

 

Encontramos construções tanto na região do Rio Tavares como na região da Costeira, que pela localização pareciam clandestinas. A ação dos cortadores ilegais de palmito era intensa. “Me decepcionei com a devastação dos palmitos” era a principal afirmação de Dilso Nardi sobre os aspectos negativos encontrados.

 

 

 

 

 

 

      No meio da mata, já perto do morro do Córrego Grande, encontramos o que supomos ser um dos acampamentos utilizados pelos palmiteiros em suas jornadas. Uma pedra inclinada encostada em outra formava uma curiosa tenda. Havia marcas de fogo e muito lixo no local.       

      Foram três horas dentro da mata. Caminhos fechados e bichos estranhos, como o sapo abaixo, tornavam nossa empreitada mais fantástica ainda.

 

 

         

        Quando finalmente chegamos ao platô do Córrego Grande tivemos um grande alívio. O visual era incrível, algo inimaginável. Conseguíamos avistar as praias do sul e do leste da ilha, a região do Morro da Cruz, Itacorubi, Córrego Grande, Santa Mônica, Parque São Jorge, Pantanal. Víamos o Saco Grande, Cacupé e Sambaqui.

 

 

 

            

 

 

Como todos íamos de ônibus de volta para o Rio Tavares decidimos continuar a caminhada até a Costeira. Foram mais três horas circundando os morros, encontrando piscinas naturais e fontes de água doce. Ao chegarmos ao topo do morro da Costeira, o visual do aterro era impressionante. Um grande obra.

 

Embora muito cansados, chegamos todos bem. Não encontramos nenhuma cobra. Foi uma caminhada árdua, mas super estimulante para outras aventuras. “A mata é muito atraente, limpa por baixo, com árvores enormes e convidativa para um passeio. Me senti livre como um pássaro. É um lugar maravilhoso.” - Dilso Nardi. Para Alda “foi um passeio inesquecível, muito proveitoso tanto para nós professores como para nossos alunos. Serviu para valorizar a pouca natureza pura que ainda resta nesta ilha tão bela, tão mágica, tão aconchegante para os turistas que a visitam e tão hospitaleira para os que a escolhem para aqui ficar.”

 

 

Montanhas de Mil Belezas

Francisco Peres

Turma Azul

 

Montanhas que encantam, que nos balançam

E que nos fazem sentir e ter a sensação

de estarmos perto do paraíso.

 

Montanhas onde o sol chega sem aviso.

Montanhas onde o canto dos pássaros

chega em nossos ouvidos.

 

Montanhas de imensidão.

Montanhas de paixão.

Montanhas de solidão.

 

 

 

 

 

Quando estávamos lá bem em cima

tivemos a noção

Do que é a mãe Natureza.

Natureza de mil belezas.

 

Natureza que nos traz incerteza.

Incerteza de pensarmos que um dia

O bicho homem, que se diz racional,

Pretende destruir e construir

Na grande montanha da magia.

 

Onde sentimos o vento trazer do mar

a fria maresia

E talvez, um dia, eles venham saber

E nos mostrar o que é “Ecologia”